domingo, 22 de agosto de 2010

Domingo de leitura

Sobre a morte e o morrer

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.
Autor : Rubem Alves

sábado, 14 de agosto de 2010

Olho no lanceeee... éééé... foi foi foi foi ele.....

28 dias, mas, às vezes, vem antes... Aí surge a dúvida!



malandrão americano.. Já pode trabalhar com o topa tudo por dinheiro do silvio, maaaaaaôôôôôôêêêê!

Vanusa atava novamente!



Anamnese da Vanusa:
Médico: Porque a senhora me procurou?
Vanusa: Dr., eu não lembro do que eu fiz semana passada, do que eu fiz ontem, nem sei que dia é hoje, não lembro de nada...
Médico: E desde de quando a senhora está sentido isso?
Vanusa: Não lembro...
Fim da anamnese FAIL! hahaha

Ps. Cabe lembrar que anamnese vem do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória.

Vergonha a gente vê por aí.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vexame da Ferrari em Hockenheim


"Fernando is faster than you! Can you confirm you understood that message?"
Ah Me Levaaaaaaa!!!!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Quer impressionar a namorada?


Camperismo total! Saca-rolhas?!!?!?
Ah me leva!!!

Maquina de lavar do ACDC



Vai dizer... Você sempre quis fazer isso também não é!?
Pode deixar rolar o video escutando Metallica - Master of pupets (http://youtu.be/_z-hEyVQDRA) também.
Metal way of life!!!

De mão em mão!

Os 10 veículos mais roubados em 2010, estudo da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg).


Por isso que o seguro do fuca tá tão caro!
Fuca atravessando gerações de mão em mão!!! hahahaha
(Fonte : http://g1.globo.com/carros/noticia/2010/07/veja-os-10-carros-e-motos-mais-roubados-ou-furtados-no-semestre.html )

Cachorros X Moradores de rua

FIGHTTTTT!!!!!

Cachorros
Paulistas enfrentam filas e chegam a pagar R$ 5 mil por cachorro
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/paulistas-enfrentam-filas-e-chegam-pagar-r-5-mil-por-cachorro.html









Moradores de rua
Talvez esteja errado em falar "esses desafortunados", talvez seria mais justo dizer "nós desafortunados", isso mesmo, nós! Afinal do que são feitas as cidades? São feitas de pessoas, e o conjunto de pessoas convivendo em um espaço comum formam uma aglomerado que é conhecido como cidade, e todo o resto serve de infra-estrutura para realizar e melhorar a convivência entre seus integrantes, ou seja, dinheiro, casas, lojas, ruas, avenidas, praças, parques, carros e todo o resto que compõe a paisagem urbana servem apenas para amenizar os atritos do relacionamento humano, portanto, nós somados com tudo isso formamos um único elemento, que se movimenta o tempo todo, que pulsa, pois então, cidade é vida.
Mas parece que é feito o contrário, ao invés de melhorar a convivência humana, estamos nos afastando uns dos outros, estamos tão envolvidos nesse ritmo frenético que mal percebemos o que estamos fazendo, mal percebemos que estamos perdendo a noção do que significa a palavra cidadania, que muito além de uma palavra, é um conjunto de ações feitas por um cidadão, que obviamente vive nas cidades, feitas de seres humanos, é claro, portanto, cidadania é a prática da humanidade.
O resultado dessa não prática é o que muitos chamam de refugo social, carentes, desfavorecidos, excluídos, marginalizados... Nós não os vemos assim, os chamamos de pessoas em dificuldade precisando de ajuda, e as ruas... um lugar não muito bom para se morar.
Portanto, se não praticamos a cidadania, somos realmente dignos do título de cidadãos?

Situação em Florianópolis
Das 126 pessoas que integravam a população de rua de Florianópolis, em março, 66 são daqui, 58 vieram de outros estados e dois de outros países. Entre os catarinenses, a maioria vem das cidades vizinhas: São José, Palhoça e Biguaçu. As cidades do interior, Lages, Jaraguá do Sul e Tubarão estão entre as com maior incidência de pessoas em situação de rua na capital. Dos outros estados, os que mais têm migrantes na capital são: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais. (Fonte: Prefeitura de Florianópolis - www.pmf.sc.gov.br - 12/05/2010)
Para ajudar em Florianópolis: Albergue noturno Manoel Galdino Vieira. O local, que conta com 25 vagas masculinas e 8 femininas. Conclusão: 93 pessoas não tem onde dormir. O albergue está localizado na avenida Hercílio Luz, 506, no Centro. O atendimento é totalmente gratuito e além do dormitório, os hóspedes têm direito a duas refeições (jantar e café da manhã) e a um banho. Informações pelo telefone: 3222-2424. Se alguém conhecer outro local posta um comentário aí.

Situação em São Paulo
Os dados do recenseamento, que trará informações por bairro, idade e sexo, apontam que 13 mil vivem hoje nas ruas. Para eles, há pouco mais de 7.000 vagas em albergues da prefeitura -eram 8.000, mas no ano passado uma unidade fechou. Conclusão: quase 6.000 não têm onde dormir. (Fonte: Evandro Spinelli, Andre Caramante e Leticia de Castro, Folha de S.Paulo, 1 de março de 2010.) Para ajudar em São Paulo: http://www.anjosdanoite.org.br/

Resultado
Uma explicação para todo esse apego hoje em dia por cães, ou animais de estimação, é que a a sociedade ocidental parece enfatizar a individualidade, a racionalidade, o controle, o livre-arbítrio e o materialismo, diferentemente de sociedades tradicionais, que priorizam os valores comunitários, a expressão emocional e a espiritualidade. Essas diferenças afetam as crenças e atitudes das pessoas. Assim, o hábito de possuir animais de estimação pode ser muito acentuado no Ocidente talvez pelo preenchimento de necessidades emocionais que os animais proporcionam, supridas de outras maneiras em outras sociedades.
Contudo, que tal preencher essas necessidades emocinais ajudando pessoas? Não há necessidade de adotar pessoas, de levar pra casa, etc. mas sim de ajudá-las a saírem de uma situação que nem cachorro gostaria de estar. Que tal ao invés de gastar 5 mil reais somente na compra de um cachorro, adotar um animal de graça e dar 5 mil para ajudar pessoas como os moradores de rua? Ou melhor ainda, na minha opinião, não adotar um cachorro, fazer novos amigos, arranjar um(a) namorado(a) e dar 5 mil para ajudar pessoas necessitadas!? Isso supriria a necessidade emocional, creio eu. A explicação para gastar todo esse dinheiro com um cachorro somente é o ápice do materialismo. Não ter um cachorro de raça tal parece ser excluído da sociedade da qual a pessoa vive e essas pessoas, que compram o cachorro, nem percebem isso. E ainda usam o lado emocional para justificar o fato, passando de geração em geração.
Dessa forma, até agora os cachorros estão ganhando dos moradores de rua. E coisa tende a piorar, a não ser que nos tornemos uma sociedade tradicional com valores comunitários e humanos de verdade.

CACHORRO WINS!!!

domingo, 1 de agosto de 2010

Sotaque

A maioria fala com humor do sotaque dos outros. Sempre tira uma casquinha e larga uma piadinha. Às vezes, tem pessoas com preconceito em relação ao sotaque. Os manezinhos, por exemplo, ficam nervosos se alguém vem com sotaque do Rio Grande do Sul. Já solta um: ãhn ãhn ãhn sai fora, gaúcho! Contudo, o bom mesmo é levar com humor as situações. Assim, você que tem um conhecimento de inglês irá entender e, provavelmente rir, do sotaque de um italiano falando inglês. Você irá lembrar de italianos, gringos,... como o Radicci. Porco Diabo!!!

"A física não explica!" Galvão Bueno


E agora Galvão!?
Máááááááôôôôôôeeee!!!!